sábado, 10 de outubro de 2015

Desencontros

Caro Marques de Sade estas certo de quem são os homens
Uma pintura ilusória perante nossos olhos
Que olhos veem realmente esta criatura , acho que nenhum
Nem pintor algum conseguiu retrata-los
Por que não há verdade nos homens
Apenas uma bela boca , que provem as mentiras que ilusoriamente acredito
Por que como dizes Marques ,o mundo  é apenas a desgraça das virtudes e a prosperidade dos vícios
Os libertinos se escondem nas vestes de santos , os poderosos são uma grande fraude
E por mais que sonhe com a liberdade , meu coração se acorrenta apaixonado e em vão
Como uma doença que corroí e vicia , engana e  me perde a proporção
Por que oh Marques  , porque os vícios nos corroem desta forma ?
Por que o desejo é de tal feitio  tão avassalador ?
Por que as virtudes  , as virtudes as qual obedeço , simplesmente me fazem mal  ?
Julgai , condenai suas ideias , pelo simples fato de prazeres distintos desejar
O que mal sabem meu caro Marques , é que a sociedade mais perdida esta
E eu uma vez Justine , devo admitir que em momentos Juliette esta
E a infâmia a qual é condenada e julgada  , facilmente me abraça
Queria meu nobre ,  de ti poder conhecer
Pois suas ideias me admiram mais , que os motivos de seu prazer
Mas a impossibilidade dos anos se opõem , e em uma cela este texto leria
E eu com graças não sei dizer
Que meu caro Marques de Sade , os vícios começaram a me corromper

Autora : Sueli Cristina Zubinha Maciel

Azul

Perguntei ao céu , mas ele nada tinha a dizer
As estrelas brilhavam e me lembrava de você
A escuridão sempre tão incerta , apenas me advertiu
Pois por mais profunda que fosse sua íris , o azul não me causara frio


O mar se revoltou por minha cobiça e uma tempestade sobre nos derramou
Senti sua pele tornar-se molhada e em meus braços se agarrou
O vento nos congelou e a busca pelo calor nos desinibiu
E fundidas nossas almas se encontraram , mas o azul não me causara frio


Tocar o veludo que envolve seu ser , fez-me perder a razão
Não era mais dono de meu corpo , presa estava minha respiração
E entre mitos , simbologias e vinho , apenas fluíste em mim
E em lábios tão macios desejei me imortalizar , pois o azul não me causara frio


Sumo tão doce  , que tornaste minha amada perdição
E entre o breu e o amanhecer , não enxergava nada se não sua alusão
Como é possível que reflita claramente meus medos , insegurança e sonhos ?
Exalta meu ser , torna-me irracional e ainda assim o azul não me causara frio


Não posso conquista-la , mas pela eternidade tornáreis-me seu
Pois seus beijos me acorrentaram e com suas palavras a mim converteu
E não a lamina , homem ou Deus que me faça abandonar seu calor
Pois és chama do meu fogo eterno e por mais distante que sejas o azul não me causara frio


Autora : Sueli Cristina Zubinha Maciel

Dragão

Vestida de sol a mulher sucumbiu
Envolta e imóvel ao dragão
Suas escamas quentes a destruíam
Se perdia em cinzas seu coração



O dragão é superior aos outros
Suspenso e absoluto a verdade
A realidade de seus olhos revelam o inferno
Seu corpo destrói e cria a maldade



Vestida de sol a mulher o envolveu
Os raios quentes as escamas crepitaram
O calor dos dois corpos se fundiram
E entre eles a luxuria se tornou liberdade




A mulher é serena e pura
Ingênua e inocente ao pecado
Cega entre as mentiras que a cercam
Não simpatizante da autopiedade




Besta proporciona a angustia
Se diverte ao infringir a dor
Sacrifica os cordeiros em seu fogo eterno
Em seu bater de assas reduz os homens ao terror




As águas do oceano lutam
Erguem as espadas e chifre ao dragão
Uma luta entre espíritos distintos
Tendo como as almas sua obsessão



Dragão o espirito cruel no homem
Mulher a paz o espirito inocente
Unidos em um único corpo
Amantes de uma única mente .




Autora : Sueli Cristina Zubinha Maciel