Eu nunca pedi para amar-me, pois nunca soube amar direito
Palavras na mente sempre foram fáceis, exceto o vazio no
peito
E se te soa como infeliz minha covardia, saiba que te amei
distante
Entre tantos amantes infiéis eu o zelei, um casto amor
constante
Olhei teus olhos por poucos segundos, pequenos cacos do
infinito
Talvez seja austero não tentar, mas não desejo partir algo
tão bonito
Os bel-prazeres o tornam inconstante, uma amarga busca mundana
Por isso vos chamo amigo, pois conheço os perigos de quem
ama
A existência de uma eletricidade, selada com discretos flertes
Diria que nosso destino estava traçado, porem não me
pertenceste
Deixei-o livre para
recordar-te em canções, pois poesia
machucaria
No entanto com palavras lhe gravo, mesmo que em um amanhã
fira
Atravessando o muro construído pela mudança, vejo meu
querido mentor
E não preciso tocar sua pele ou articular, para verte que
sinto amor
Pois no silencio amo-te mesmo que não veja e no abraço
ofereço meu calor
Assim como as ondas que beijam o mar, voltaremos a nos
reencontrar
Tu não lembrará das palavras turvas ditas e eu continuarei a
sonhar
Pois mesmo que tomemos diferentes caminhos, sempre comigo estará
Autora: Sueli Cristina Zubinha Maciel