sábado, 12 de agosto de 2017

Miserável amor

Olhei em vossos olhos e amei-lhe em silêncio
Pois não havia outra forma de viver este amor
E a angustia aos poucos me consumia
A mais cruel forma de carregar esta dor

E nem mesmo um rompante frio me afastaria
Daquela a quem meu coração agora pertencia
Adeus aos dias de batidas constantes
A lágrimas e poesia se tornaram amargas amantes

Pois em seus suspiros encontrei meu ar
E em minhas palavras vi a emoção em ti brotar
Alheio a minha razão, preso por vossa honra
Corrompido pelo coração, te devoto desde a aurora

Quando a noite chega e o frio assombra meu corpo
Gélido, sem seu toque ou palavras de acalento e calor
Sofro como um miserável, que não pode se apaixonar
Enxergando e guardando-te, porém sem nunca lhe alcançar

Autora: Sueli Cristina Zubinha Maciel

sábado, 15 de julho de 2017

Tardio amor



Quisera eu poder amá-la tão verdadeiramente desejo
Que a dor causada em minha razão doesse menos que em meu peito
Porém o amor a mim tarde aparece, visível e ao mesmo tempo distante
Como amor do sol a lua, um brilho de afeto temporário e constante

E  nem mesmo em meus sonhos de poeta sonhador , criador da ilusão
Senti tamanha desolação de ver a inocência perdida em um jovem coração
Um coração em que a honra se faz mais presente que seu bem estar pessoal
E que se coloca em uma peça que não tem papel, pois não é boneca teatral

Com o surgimento dos raios da alvorada, seu olhar desperta caminhos
E de cada lágrima uma fibra de força é forjada, mesmo caminhando sozinha
Quisera ser o protetor de seu ser, tê-la em meus braços e a amar

Amar o amanhã que com sigo minha dama, trás a esperança e vontade de viver
Sem o temor da ausência da honra, da virtude ou fé esquecida pelos mais cristãos

Paixão noite tortuosa de verão , amor doce brisa de inverno  que acalenta o coração




Autora: Sueli Cristina Zubinha Maciel

sábado, 3 de junho de 2017

A jaula

A jaula que me prende
Não possui barras ou correntes
É construída em minha mente
Porém me impede de viver

É a voz constante sussurrando
Mentiras tão vis e cruéis
Que envenenam minha mente como verdade
Palavras que julgam fora de papeis

Sentenciado em uma jaula
Um combate juramentado
Torna-se minha única esperança
Perante a solidão que me abate

Uma fresta ilumina resistente
Impedindo a razão de se perder
Fecho meus olhos para não ver a lamina
Que ameaça meu coração de bater

E o combate interno se estende
Destruindo sonhos crenças e dogmas
Porém a esperança me ilumina

Com sua fresta de liberdade

Autora : Sueli Cristina Zubinha Maciel

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Ceifeiro

Se me veres como sou
Não gostara da minha imagem
Serei o último suspiro de quem parte
E o primeiro a te encontrar

Se sentires o que sinto
Sentira o frio que trás o inverno
A ausência de espírito
E vagará pelo deserto

Se provar do meu sabor
Desprezará o férreo amargo
Pois ele intoxicara seu sangue
E em veneno será transformado

Se ouvires minha voz
Pensaras ter sido um sussurro
Não por ser baixa é rouca
Mas por dizer duras verdades

Se meus passos seguires
Viverá diversas dores
Enxergará a perda de valores
Pois vejo o homem se trocar por moedas


Autor : Sueli Cristina Zubinha Maciel

sábado, 7 de janeiro de 2017

Afogando-se lentamente

 Olhei em seus olhos , mesmo que eles não me refletissem
Não fora exatamente como os poetas descreveram o amor
Mas a dor e loucura do sentir estava certa e fora de razão
Apaixonar-se devagar corrói  a  alma e parte o coração

Do alto das colinas as estrelas o iluminavam como um anjo
E  o perfume amadeirado  me levava ao aconchego
As palavras tem tanto poder quando mal interpretadas
Que ao ouvir constantemente se cria uma doce ilusão

Caminhando rumo ao mais profundo oceano
Segurei em suas mãos e me deixei seguir livre uma única vez
Abraçando a fantasia perfeita criada pelos sonetos e poemas
Quem diria que se afogar em amor seria tão fácil e sufocante

Porque o amor não nasce e cresce formando raízes firmes
O amor cresce como a chama em uma vela , alimentado e limitado ao fim
E nem os anjos estão livres de pecarem  contra este sentimento
E da mas dolorosa forma descobri que como um anjo , você parte sem voltar

Redenção é o que peço a meu coração e perdão ao condená-lo
Pois as estrelas  hoje formam seu rosto como uma lembrança constante
E dentro do mar de emoções que atormentam meu ser
O amor ainda me afoga em suas águas doces e profundas , lentamente

Autor : Sueli Cristina Zubinha Maciel